A desvalorização da Agrenco na Bovespa por conta da prisão dos sócios controladores em operação da Polícia Federal atraiu mais um interessado no negócio, além da já anunciada Louis Dreyfus Commodities (LDC). O Noble Group, de Hong Kong, entregou na terça-feira à administração da empresa proposta de compra do controle equivalente à feita pela Dreyfus.
Em recente visita ao Brasil, no começo do mês passado, o presidente mundial do grupo asiático, o indiano Harry Banga, disse ao Valor que o Brasil é prioridade em seu plano de negócios. A Noble já atua no país e a vinda de Banga foi para anunciar um investimento de US$ 300 milhões numa nova usina de açúcar e álcool. Com os planos anunciados e os já realizados, os investimentos totais somarão US$ 600 milhões.
A Agrenco comunicou ontem o recebimento da oferta da Noble. A oferta tem validade de sete dias e basicamente as mesmas condições estabelecidas pela Dreyfus. A única diferença é um valor adicional referente à multa que a companhia brasileira teria de pagar à ofertante anterior, cuja proposta valeria até de setembro.
Diante disso, a Dreyfus informou que deve confirmar até sexta-feira a transação anunciada e fazer o aporte de US$ 33,5 milhões na controladora da empresa aberta, a Agrenco Holding. Trata-se da primeira etapa da operação que marca seu ingresso no negócio. Com isso, já se transformaria em controladora. Adicionalmente, o grupo francês retirou a restrição à oferta aos minoritários da companhia.
O conselho da Agrenco decidiu, com base no novo cenário das propostas, seguir com as negociações com a Dreyfus nos próximos dias.